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8 Fatos Fascinantes sobre a Queda da Bastilha e o 14 de Julho na França

14 de julho na França

8 Fatos Fascinantes sobre a Queda da Bastilha e o 14 de Julho na França

O 14 de julho, conhecido como La Fête Nationale, é o principal feriado da França, comemorado com desfiles, fogos de artifício e celebrações populares. Mas sua origem remonta a um evento muito mais sombrio: a queda da Bastilha, em 1789 — um símbolo poderoso da luta do povo francês contra a opressão. A seguir, descubra 8 fatos surpreendentes que explicam por que esse episódio se tornou um marco da história mundial.

1. A Bastilha era uma fortaleza medieval… e não apenas uma prisão

A Bastille Saint-Antoine foi construída entre 1370 e 1380 como parte das fortificações da cidade de Paris. Com 8 torres de 24 metros, suas paredes chegavam a ter 3 metros de espessura, feitas para resistir a invasões. Foi somente no reinado de Richelieu, no século XVII, que o local passou a ser utilizado como prisão do Estado para dissidentes políticos, intelectuais, escritores e nobres.

Mesmo assim, sua função como prisão era muitas vezes simbólica: a Bastilha representava o poder absoluto da monarquia, onde qualquer um poderia ser preso sem julgamento — bastava uma “lettre de cachet” assinada pelo rei.

Saiba mais sobre a origem da Bastilha e sua arquitetura

1. A Bastilha era uma fortaleza medieval... e não apenas uma prisão (2)2. Apenas sete prisioneiros estavam lá em 1789

Ao contrário do que muitos imaginam, no dia 14 de julho de 1789, a Bastilha abrigava apenas sete prisioneiros: quatro falsificadores, dois nobres presos por condutas imorais e um homem acusado de tentativa de assassinato. Nenhum deles era herói revolucionário.

A verdadeira razão da invasão era estratégica: o povo procurava armas e pólvora, pois haviam sido encontradas mais de 30 mil armas no Hôtel des Invalides naquela manhã. O problema? Não havia munição. Todos sabiam que a Bastilha guardava pólvora em seus subterrâneos.

Apenas sete prisioneiros estavam lá em 1789 (5)3. A queda da Bastilha foi brutal e sangrenta

Cerca de 1.000 revolucionários, formados por cidadãos comuns e membros da Guarda Nacional, cercaram a Bastilha por volta das 10h. O cerco durou mais de 4 horas, com tiroteios intensos entre os defensores da fortaleza e a multidão. 14 de julho na França

O saldo foi trágico: 94 mortos entre os revolucionários, 1 soldado suíço morto, e o governador Bernard-René de Launay acabou linchado e decapitado pela multidão. Sua cabeça foi levada em uma lança pelas ruas de Paris.

Leia mais sobre a violência durante a tomada da Bastilha

A queda da Bastilha foi brutal e sangrenta4. A demolição virou souvenir revolucionário

Logo após a tomada, o edifício foi parcialmente saqueado e teve sua demolição iniciada. O trabalho foi liderado pelo empresário Pierre-François Palloy, que teve a ideia de vender pedras da Bastilha como lembrança revolucionária. Algumas delas foram transformadas em maquetes ou relógios com inscrições patrióticas.

Palloy ainda enviou pequenas pedras para todas as cidades da França — uma forma de “exportar a Revolução” e reforçar o novo ideal de liberdade e unidade nacional.

A demolição virou souvenir revolucionário5. Um elefante gigante deveria ter sido erguido no local

Durante o governo de Napoleão Bonaparte, foi proposto construir no lugar da Bastilha um elefante de bronze de 24 metros de altura, que esguicharia água pelas trombas e representaria a força do Império. Embora a maquete em gesso tenha sido erguida, o projeto jamais foi concluído. 14 de julho na França

Essa escultura foi imortalizada por Victor Hugo no romance Os Miseráveis, onde o personagem Gavroche vive dentro dela.

Descubra a história do Elefante da Bastilha

6. A Coluna de Julho homenageia outra revolução

Hoje, no centro da Place de la Bastille, não há sinal da antiga prisão. Em seu lugar ergue-se a imponente Colonne de Juillet, com 52 metros de altura. Mas atenção: ela não celebra 1789, e sim a Revolução de Julho de 1830, que depôs o rei Carlos X e instaurou a Monarquia de Julho com Luís Filipe no poder.

A coluna abriga os restos mortais de cerca de 500 combatentes que morreram em 1830.

Saiba mais sobre a Place de la Bastille e a Coluna de Julho

7. O 14 de Julho só virou feriado oficial quase um século depois

Apesar de comemorado em algumas regiões desde 1790, o 14 de julho só se tornou feriado nacional em 1880, sob o governo da Terceira República. O objetivo era unir o país sob um símbolo republicano forte — em oposição à monarquia e à Igreja — e reforçar o ideal de “Liberté, Égalité, Fraternité”.

Hoje, o dia é marcado por celebrações patrióticas que incluem o maior desfile militar da Europa na avenida Champs-Élysées. 14 de julho na França

Veja mais sobre a Festa Nacional da França no site oficial do governo francês

8. A tradição dos bailes dos bombeiros nasceu da festa revolucionária

O famoso Bal des Pompiers, que ocorre em quartéis por toda a França nas noites de 13 e 14 de julho, tem suas raízes na Fête de la Fédération, celebrada em 1790, no Campo de Marte, diante de quase 300 mil pessoas.

Hoje, os bailes dos bombeiros são gratuitos ou simbólicos, com música, dança e bebidas — uma forma democrática e festiva de manter viva a chama revolucionária.

Como o 14 de Julho é comemorado hoje

  • Desfile Militar: realizado na Champs-Élysées, com a presença do Presidente da República.

  • Fogos de artifício: especialmente grandiosos na Torre Eiffel, com transmissão ao vivo para todo o país.

  • Bals populaires: festas comunitárias organizadas em bairros, praças e quartéis de bombeiros.

  • Shows gratuitos: artistas populares se apresentam em parques e arenas abertas ao público.

️ Por que a Bastilha ainda importa?

Mais do que uma prisão, a Bastilha simbolizava o medo e o silêncio impostos por um regime absolutista. Sua queda, no dia 14 de julho de 1789, representou não apenas a tomada de um edifício, mas o rompimento com séculos de opressão. Foi o momento em que o povo comum tomou as rédeas da história, afirmando que nenhuma autoridade seria mais legítima do que a vontade coletiva.

✊ Um símbolo universal de resistência

A Bastilha tornou-se o ícone máximo da resistência ao autoritarismo. Ela representa o fim do “Ancien Régime” — um sistema marcado por privilégios aristocráticos e desigualdades brutais — e o nascimento de novos ideais: liberdade, igualdade e fraternidade. Esses princípios ecoaram muito além da França, inspirando revoluções, movimentos democráticos e lutas por direitos civis em todo o mundo.

Influência global

Após 1789, a Revolução Francesa desencadeou ondas de transformação na Europa e nas Américas:

  • Inspirou a independência do Haiti, primeira nação negra livre do mundo. 14 de julho na França

  • Alimentou debates em países como Brasil, que veria sua própria independência décadas depois.

  • Estimulou a revolução liberal de 1848 e o crescimento de repúblicas constitucionais.

A imagem do povo francês derrubando muros e tomando o poder ressoa até hoje em manifestações políticas e protestos por democracia — da Primavera Árabe aos movimentos estudantis contemporâneos.

️ Um lembrete permanente de vigilância democrática

A lembrança da Bastilha serve como alerta: a liberdade conquistada nunca é garantida, e deve ser constantemente protegida. Em tempos de crescente autoritarismo, censura ou desigualdade social, o espírito de 14 de julho nos lembra que a participação cidadã, o questionamento do poder e a solidariedade social continuam sendo pilares fundamentais para qualquer democracia.

O 14 de Julho como patrimônio imaterial

Hoje, o 14 de julho é mais do que um feriado — é um ritual republicano. Desfiles, bailes e fogos de artifício não são apenas celebrações estéticas, mas também atos de memória coletiva. Eles reafirmam anualmente o compromisso da França com os valores da Revolução, reforçando o elo entre passado, presente e futuro.

A Bastilha foi demolida, mas seu significado permanece intacto. 14 de julho na França
Enquanto houver injustiça, exclusão ou repressão, o espírito da Bastilha seguirá vivo como farol de esperança e transformação social.

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